O Câncer de Próstata é a neoplasia mais diagnosticada. Estima-se que no Brasil sejam diagnosticados 53.000 novos casos por ano e que cerca de 8.000 mortes sejam em decorrência desta patologia. O risco de câncer de próstata aumenta com a idade e afro-descendentes bem como pacientes com histórico familiar (pai ou irmão) com tumor de próstata possuem maior risco.
Esta patologia é alvo de diversos estudos. Com a introdução do PSA (Antígeno Específico da Próstata) em conjunto com o exame digital da próstata (toque retal), o diagnóstico tende a ser mais precoce e as chances de cura cada vez maiores.
O PSA é um antígeno especifico da próstata, mas não é um marcador específico de Câncer, ou seja, outras causas podem elevar os níveis de PSA no sangue tais como: aumento benigno da próstata, inflamação da próstata, infecções, toque retal.
O Câncer de Próstata é um diagnóstico histopatológico (estudo do tecido por patologista) obtido através de biópsia prostática guiada por ultrassom e realizada, preferencialmente, com sedação. A biópsia prostática é solicitada pelo Urologista. Após a confirmação diagnóstica, o caso é analisado de forma detalhada e enquadrado em grupos de risco de recidiva tumoral, conforme tabela abaixo:
Mais de 95% dos cânceres de próstata diagnosticados são adenocarcinomas restando 4,5% de carcinomas de células de transição e 0,5% de carcinomas neuroendócrinos.
Sintomas
Na fase inicial o câncer de próstata geralmente é assintomático. Quando os sintomas aparecem são, normalmente, resultantes de doença avançada causada por metástase.
Tratamento
O tratamento é individualizado e depende do estágio clínico e tumoral do paciente. A prostatectomia radical continua sendo o “padrão ouro” para pacientes com tumor localizado.
A radioterapia externa é outro tratamento possível nestes casos assim como a braquiterapia (implante de sementes radioativas na próstata).
A literatura urológica oferece para determinados pacientes duas novas opções de acompanhamento deste tumor. Uma opção é a observação do tumor ( Watchful-Waiting ) nos pacientes com limitada expectativa de vida, ou seja, somente intervir quando houver progressão da doença com sintomatologia. A outra opção é a vigilância ativa (Active Surveilance), oferecida para pacientes que, aparentemente, possuem tumor indolente e que concordam em manter o acompanhamento com PSA e toque retal trimestral, repetindo a biópsia prostática a cada 6 a 12 meses. Em caso de progressão de algum item acompanhado um tratamento definitivo é realizado.
A prostatectomia radical hoje pode ser realizada da forma convencional retropúbica, perineal, laparoscopia ou através da técnica robótica.
Toda técnica cirúrgica possui suas vantagens e desvantagens. O paciente deve conversar com seu médico e decidir em conjunto o seu tratamento.
Pós- operatório
Na cirurgia de Prostatectomia Radical a próstata é retirada em sua totalidade sendo necessário fazer uma anastomose (sutura ) entre a bexiga e a uretra. O paciente sai da cirurgia com uma sonda vesical que permanece por 10 a 21 dias. Um dreno aspirativo é posicionado no leito da cirurgia e permanece até que a drenagem diminua, geralmente de 2 a 7 dias. A internação varia normalmente entre 2 a 7 dias.
OBS: A previsão de tempo de internação e retirada de sonda pode variar.
Complicações
As complicações devem ser divididas entre intra e pós-cirúrgicas. Durante a cirurgia pode ocorrer sangramento de maior vulto sendo necessário realizar transfusão sanguínea e perfuração de reto. As complicações pós-operatórias são:
• Infecção de ferida
•Infecção do trato urinário
•Fístula uretro-cutânea ou uretro-retal
•Deiscência de pontos da aponeurose,
•Estenose do colo vesical
•Incontinência urinária
•Impotência sexual
Os principais fatores para a manutenção de uma boa ereção após a cirurgia são: a idade, o estado prévio de ereção e a preservação cirúrgica dos plexos neuro-vasculares.
A incontinência urinária grave pode permanecer em cerca de 4% dos pacientes tratados.
OBS: Este site não tem o objetivo de substituir uma consulta. Procure um urologista.